Fernanda Lapa (Lisboa, 11 de maio de 1943 — Cascais, 6 de agosto de 2020)
Se a Eira existe é também graças à Fernanda Lapa.
Guiando-me com a sua experiência profunda, a sua colaboração foi decisiva para o interesse que o meu primeiro solo despertou e as portas que me abriu, permitindo-me começar a viver da dança e impulsionando a criação de uma estrutura de produção.
Se a Eira cresceu, isso aconteceu porque ela me serviu de exemplo para perseguir os meus sonhos e correr riscos, perseguindo um instinto criativo nem sempre consentâneo com as expectativas em redor.
Se a Eira resiste, e resistiu em momentos que a pareciam condenar ao fim, é também porque a Fernanda foi sempre um exemplo, fazendo-me ver que não deveria abdicar das minhas crenças e que teria de lutar para as fazer valer.
Se a Eira vem agora testemunhar estes factos é porque todas as pessoas que com ela se cruzaram nas nossas diversas aventuras artísticas perceberam nela esta figura inspiradora, solidária e desafiante. E estes são só factos.
Uma dor intensa cala o tanto que fica ainda por dizer. O nosso agradecimento por tudo, Fernanda!
Francisco Camacho