O programa Dança Sem Idade é uma realização da Eira em parceria com o Festival Alkantara e centra-se na questão da idade e do envelhecimento, seja no plano da dança, seja num âmbito mais geral no seio da sociedade.
O simpósio inaugural será organizado em painéis com especialistas do universo académico e artístico que investigam a temática do corpo com mais idade e a sua visibilidade, com foco direto na dança, mas abordando também o corpo na sociedade contemporânea.
Seguem-se as sessões práticas dirigidas a profissionais com idade acima dos 40 anos, proporcionando a troca de experiências, estimulando a descoberta e a actualização de práticas artísticas. Quer-se estabelecer um lugar seguro que favoreça a proximidade e a interação, perspectivando-se também o estabelecimento de laços futuros. Os três dias oferecem propostas de trabalho lideradas por artistas com linguagens e práticas distintas, contribuindo para a ativação e atualização de quem participa.
Simpósio Sensibilização para outros corpos:
dia 18 – 17h30 às 20h30
Práticas artísticas (limite de 9 participantes):
dia 19 – 10h às 17h (com 1 hora de pausa de almoço) | orientador: Francisco Camacho
dia 20 – 10h às 16h (com 1 hora de pausa de almoço) | orientadora: Nacera Belaza
dia 21 – 10h às 17h (com 1 hora de pausa de almoço | orientador: Ali Charour
Informações e Inscrições nas Práticas Artísticas:
– Inscrição através de Formulário
– Data limite para Inscrições: 29 de outubro de 2021
– Data de divulgação dos selecionados: 1º de novembro de 2021
– A disponibilidade nos 4 dias (simpósio e práticas) é factor determinante para a selecção;
– A Eira contribui com uma ajuda de custo simbólica para quem reside fora da região metropolitana de Lisboa;
– A participação é gratuita;
– Local de realização: São Luiz Teatro Municipal (Lisboa, Portugal)
– Mais informações e esclarecimento de dúvidas em eira@eira.pt e www.alkantara.pt
O programa conta ainda com a apresentação do espectáculo VELHⒶS, de Francisco Camacho (dias 27 e 28/11) e uma conversa/debate (após a apresentação do dia 28/11).
Nota biográficas
Ali Chahrour nasceu em Beirute, em 1989. Bailarino e coreógrafo, estudou teatro e dança na sua cidade natal e em várias escolas pela Europa. No seu trabalho explora a relação profunda entre o corpo e o movimento, e entre a tradição e a modernidade — inspirado pelo contexto político, social e religioso de Beirute, onde vive e trabalha.
Francisco Camacho é coreógrafo, bailarino, membro fundador e diretor artístico da EIRA. Estudou dança e teatro na Companhia Nacional de Bailado, no Ballet Gulbenkian e em Nova Iorque, no Merce Cunningham Dance Studio, Movement Research, Susan Klein School e Lee Strasberg Theatre Institute. Integra o movimento português de dança contemporânea que teve início no final da década de 80, apresentando-se desde essa altura pela Europa, América, África e Ásia. Vários dos seus solos são hoje obras de referência na história da Dança Portuguesa. Foi galardoado com o Prémio Bordalo, da Casa da Imprensa, e com o Prémio ACARTE/Maria Madalena de Azeredo Perdigão, da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi intérprete junto de nomes como Creach/Koester, Alain Platel, Carlota Lagido, Miguel Moreira e Filipa Francisco, e destaca a sua colaboração regular com Meg Stuart. Apresentou espectáculos de dança em co-autoria com Mónica Lapa, Vera Mantero, Carlota Lagido, Vera Mota e Sílvia Real, e co-criações com Fernanda Lapa e Miguel Abreu. Realizou intervenções coreográficas para uma obra de Pedro Cabrita Reis, no Museu de Arte Contemporânea de Bona, e para a exposição de Francis Bacon, no Museu de Serralves, a par dos projetos para espaços não-convencionais, Performers Anónimos e Danças Privadas. Ensina regularmente, em Portugal e no estrangeiro.
Nacera Belaza, nasceu em Medea, na Argélia, e vive em França desde a infância. Após ter estudado literatura, entra na Dança como auto-didata e cria uma companhia em nome próprio, onde a suas criações surgem como meio de expressão — para se pronunciar e deslindar a complexidade da sua dupla pertença cultural. Procura transformar a dança num mergulho de introspeção, explorando o movimento como um sopro apaziguador, profundo e contínuo, confrontando a perseverança, o rigor, despojando o “ruído ensurdecedor da existência”, interpretando o gesto à luz da sua utilidade inicial. Em França, apresentou-se no Festival d’Avignon, na Biennale de la Danse, em Lyon, ou no Festival de Marseille, com as suas criações a circularem por todo o mundo. Foi distinguida diversas vezes, tendo recebido do Ministério da Cultura francês o título de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres e o Prix Chorégraphe (2017), da Société des Auteurs et Compositeurs Dramatique. Desde 2017, a Companhia Nacera Belaza detém o título CERNI – Compagnie et Ensemble à Rayonnement National et International, do governo francês. Nacera Belaza criou uma plataforma de cooperação na Argélia, que lhe permite trabalhar regularmente no seu pais de origem.
Apoios: Direção Geral das Artes e Câmara Municipal de Lisboa